O pai biológico de Jesus


Essa investigação será guiada pelos apócrifos: o Evangelho do Pseudo-Mateus e o Evangelho da Natividade de Maria.

Ambas as narrativas afirmam que a mãe de Maria se chamava Ana e era estéril, porem ela clamava dia e noite ao Senhor para obter a graça de gerar  uma criança em seu ventre. Depois de 20 anos de casada, seu marido Joaquim resolveu abandoná-la. 

Pouco tempo depois de ter sido abandonada pelo marido, Ana constatou que estava grávida. Seu ex-marido acreditava não ser o pai da criança, porém ele recebeu uma visita do anjo do Senhor Deus, o qual o convencera a retornar para sua esposa, o anjo o informara que ele era o pai da criança que Ana estava gestando. 

Ana deu à luz a uma menina e deu-lhe o nome "Maria". Em gratidão à bênção alcançada, Ana e Joaquim consagraram a filha ao Senhor, isto é, Maria estava destinada a servir ao Senhor por toda a sua vida, prestando-Lhe serviços no Templo. 

Ambas as fontes afirmam que Maria, após completar 3 anos de idade, foi entregue por seus pais aos cuidados do Sacerdote do Templo para receber educação religiosa e servir ao Senhor por toda a sua vida, por esse motivo os pais de Maria nunca foram visitá-la em seu período de educação religiosa, pois eles a devolveram ao Senhor.

 Ambas as fontes informam que, segundo as leis judaicas, meninas não podem ser consagradas ao Senhor por toda a vida, apenas podiam receber educação religiosa por um relativo período de tempo, por isso o Sumo Sacerdote tratou de arranjar um noivo para Maria.  

Quanto ao período educacional estas fontes divergem: uma fonte afirma que as meninas eram educadas até completar 12 anos de idade, a outra fonte diz que até aos 14 anos. Após completado esse período as meninas tinham que retornar à casa de seus pais para se prepararem para o casamento.

Ambas as fontes afirmam que o Sumo Sacerdote tratou de arrumar um noivo para Maria após ela completar o período de educação religiosa. O Sumo Sacerdote convocou os homens da cidade para se candidatarem à marido de Maria, o homem escolhido pela corte sacerdotal foi um judeu piedoso, já avançado em idade e se chamava José. 

Quanto ao retorno de Maria à casa de seus pais, as fontes divergem. Uma das fontes informa que Maria voltou para a casa de seus pais após ter completado o período de educação religiosa, a outra fonte não menciona o retorno de Maria à casa dos seus pais, Maria foi entregue aos cuidados de José, o seu noivo. 


Ambas as fontes afirmam que segundo a Lei judaica, José só poderia ter relação sexual com Maria após esta completar 15 anos - idade em que a mulher estaria pronta para o casamento -  mas, para surpresa de todos, pouco tempo depois do noivado, Maria já estava grávida. 

Diante do acontecimento da gravidez de Maria, ambas as fontes afirmam que o sumo sacerdote reuniu sua corte para penalizar José por ter violado a lei do matrimônio judaico ao ter relação sexual com uma garota menor de 15 anos e antes do casamento. Então, Deus advertiu ao sumo sacerdote, informando-o que José era um homem justo e inocente, e que Maria havia concebido uma criança em seu ventre pelo poder do Espírito de Deus.  

Submetendo a narrativa à análise crítica

Alguns especialistas em judaísmo antigo afirmam nunca ter havido, na cultura judaica, educação religiosa para meninas. Por outro lado, talvez estes especialistas estejam subestimando demais o papel das mulheres na cultura judaica, tais fontes não citariam um fato inexistente na cultura da época, pois isto colocaria em descrédito toda a narrativa.

Possivelmente, embora as meninas não recebessem o mesmo tipo de educação dos meninos, era reservado a elas algum tipo de educação. Agora, é improvável que as meninas fossem educadas até os 14 anos, já que o período de infância se encerra aos 12 anos e aos 15, a menina já deve estar pronta para o casamento. 

 Quanto à Consagração de Maria, é improvável que algum pai judeu ou mãe judia quisesse forjar algo que eles sabiam ser impossível na cultura judaica. 

O autor sabe que a afirmação de que os pais de Maria a consagrara ao Senhor por toda vida colocaria abaixo a credibilidade de sua narrativa, mas ele precisa dessa afirmação para advogar a santidade de Maria. A saída do autor foi introduzir, em sua narrativa, o Sumo Sacerdote, este emerge advogando que meninas não podem ser consagradas ao Senhor por toda vida. Com isso o autor não entra em conflito com cultura religiosa evitando por em descrédito sua narrativa e, ao mesmo tempo, procura convencer aos ouvintes de que os pais de Maria tentaram o impossível. 

É intrigante a informação de que os pais de Maria nunca retornaram para visitá-la. Para justificar a atitude dos pais é informado que, devido a consagração, Maria pertencia somente a Deus, não mais aos seus pais. A consagração estaria encobrindo uma situação de abandono? O que a narrativa está tentando minimizar sobre a infância de Maria? 

Segundo a referida narrativa, as meninas entregues ao recinto do Templo para receberem educação religiosa tinham que retornar à casa de seus pais após completado o perído de consagração. A escolha dos noivos eram responsabilidade dos pais. Se Maria tinha pae e mãe por que o Sumo Sacerdote se sentiu na responsabilidade de arranjar-lhe um noivo? 

Isso levanta a hipótese de que Maria era uma criança órfã,  entregue para algum orfanato, o qual tratava de arranjar noivo para as meninas assim que estas completassem 12 anos.  

A narrativa em torno dos pais de Maria são lendas, os judeus inventaram um pai e uma mãe para Maria para inseri-la na tribo de Judá, a mesma tribo do Rei Davi, pois Ana e Joaquim são citados como pertencentes a tribo de Judá. 

Para assegurar que Jesus fosse recebido como o Cristo pelos judeus, não bastava afirmar que seu pai José era da tribo de Judá (linhagem do Rei Davi) de onde procederia o Cristo segundo as Escrituras, afinal José já não tem essa importância toda visto que ele não teve participação alguma na gravidez de Maria. Para o autor da narrativa, o mais importante é garantir que Maria era da tribo de Judá do que o próprio José. 

Segundo a narrativa, o Sumo Sacerdote tratou logo de arrunjar um noivo para Maria assim que ela completou 12 anos de idade, e ela apareceu grávida antes da idade para o casamento, que segundo a cultura da época dava-se aos 15 anos, logo Maria ficou grávida entre os 12 a 14 anos de idade. 

Quem foi o pai biológico de Jesus? Uma das hipóteses é que Maria tenha ficado grávida de José. Outra hipótese é que Maria já estava grávida quando foi entregue a José. É possível que a escolha de um homem bom, piedoso, viúvo e avançado em idade tenha sido proposital, esse tipo de homem teria compaixão da pré-adolescente, proporcinando-lhe um lar seguro. 

Para os Jesuzitas, Jesus não é menos divino por ter nascido de um relacionamento entre um homem e uma mulher, ele é Deus, porém não é filho do Deus de Israel - os Jesuzitas não reconhecem o Deus de Israel. As obras de Jesus são suficientes para provar sua divindade, Ele não precisa da aprovação dos judeus e de seu Deus. 


Copyright © 2025 - Todos os direitos reservados